Seguinte: apesar do IMENSO ATRASO, não vou falar sobre as páginas do capítulo 2 da NTS. Essa noite, gostaria de falar sobre outro assunto.
Como autor, e como indivíduo que espera que a produção nacional aumente (ou, melhor, EXISTA!) , e que sejam produzidas obras de quadrinhos made in Brazil que não percam em qualidade para as internacionais, acho interessante falar sobre a AÇÃO MAGAZINE, até para divulgá-la. Quem sabe um dia ela não será o local onde muitos autores brasileiros começarão a publicar suas obras de sucesso?
Como muitos devem saber, desde a metade do ano, existia a proposta de lançar a revista Ação Magazine, um almanaque com histórias em quadrinhos criadas por autores brasileiros, nos moldes da Shonen Jump japonesa, onde as séries que fazem sucesso continuam a ser publicadas na revista, e as que não cairem no gosto do público acabam canceladas, e dando lugar a novas séries ( admito que não procurei muito, então não sei se as séries que fizerem sucesso terão uma revista/ tankobon próprias).
MINHAS IMPRESSÕES AO LER A REVISTA:
A primeira impressão que tive da revista foi muito boa. A Capa é muito bonita, e o logotipo é bastante interessante. A parte visual da revista como um todo me agradaram bastante. As histórias são BASTANTE interessantes, e muito diferentes entre elas, o que pode agradar diversos tipos de público. Foram três as histórias apresentadas nesta primeira edição:
- MADENKA!, de Will Walbr, conta a história de Madenka (jura?), um garoto com grande potencial de se tornar um herói, porém sem a maturidade necessária para isso. Neste primeiro capítulo, ele conhece ... a filha de Batála, seu mentor. Ela é uma raposa que teve seus olhos roubados e vendidos para uma bruxa. Gostei bastante da história, acredito que tenha bastante potencial, mas que precise de bastante tempo para que a história se desenrole o suficiente ( infelizmente não temos 20 páginas por semana para que seja desenvolvida a história, então, a não ser que os autores façam alguns arcos em paralelo para publicar na internet, vai demorar um pouco para que a história ande). Gostei bastante do traço cartunesco, e da ambientação, em uma cidadezinha de interior. A linguagem, apesar de ter aumentado a sensação de se estar em um cidadezinha do interior, tornou alguns trechos um pouco confusos.
- JAIRO, de Michele Lys, Renato Csar e Altair Messias, conta a história de um jovem que vive com os tios desde a morte de seus pais. Depois de sofrer bullying na escola (e ter revidado), começou a praticar boxe como meio de controlar sua raiva. Acho que podemos esperar bastante ação, romance e dramas familiares nessa história, que acho que é minha favorita até o momento! O traço é muito legal, me lembra de alguma maneira o do Eiichiro Oda, de One Piece, pela estilização. GRANDES EXPECTATIVAS COM ESSA HISTÓRIA!
- TUNADO, de Maurílio DNA e Victor Strang, conta a história de Daniel, sobrinho de Sato Kawasaki, um grande corredor, que se tornou paraplégico depois de um acidente automobilístico (aparentemente provocado pelor Daniel), e que sonha em se tornar um corredor melhor ainda que seu tio. A história é bastante fluida, pelas cenas de corrida. O desenho dos veículos e das cenas de ação são muito bons, mas acredito que o desenho das pessoas e cenários ainda pode melhorar bastante.
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As histórias que fizeram parte da edição de estréia: MADENKA! (à esquerda), Jairo (centro) e Tunado ( à direita). |
Nas três histórias, o que pude notar é que o espaço dado não foi suficiente para contar de fato as histórias como talvez fosse o ideal, para tornar o leitor um pouco mais familiarizado com os personagens e o universo. A impressão que ficou é a de que algumas coisas ficaram por ser ditas, mas não foi de maneira intencional, isto é, para criar ganchos para os próximos capítulos, e sim por falta de espaço mesmo. Mesmo assim, os autores cumpriram seu papel de maneira bastante satisfatória para uma primeira edição.
Um ponto bastante negativo, para mim, foram as reportagens da revista. O primeiro problema é a quantidade de páginas coloridas que elas tomaram, e que podiam ser usadas nas histórias (ok, os autores talvez sofreriam um pouco para colorir MAIS páginas), mas o maior problema foi o CONTEÚDO das reportagens em si. No geral, elas foram superficiais, de assuntos pouco interessante, ou que simplesmente não me fizeram querer saber mais sobre os autores nacionais, hackers ou a E3. Acredito que outras publicações poderiam falar desses assuntos com mais prioridade, e de maneira mais interessante. Eles talvez poderiam aproveitar esse espaço para falar mais do processo de produção dos autores das histórias, ou criar um espaço onde eles se comunicassem com o público. Como apoio à produção nacional, poderiam também divulgar o trabalho de artistas que produzem quadrinhos no Brasil (de maneira amadora), trazer alguns tipos de dicas de desenho, narrativa, qualquer coisa assim. Achei boa a iniciativa de falar de autores de ficção brasileiro, porém a reportagem foi um pouco fraca, as demais não me despertaram muito interesse. O Editorial foi bastante interessante, sem dúvida!
OPINIÃO:
Apesar de algumas críticas, desejo longa vida à revista. Ela tem qualidade para competir com títulos internacionais, e com certeza merece um voto de confiança do público. É uma oportunidade para que os nossos artistas tenham espaço para publicarem suas histórias, o que é muito válido. Algumas falhas? Sim, ela tem, mas publicações bastante maduras também têm, e elas constantemente passam por reformulações.
Com certeza, eu não só recomendaria para outras pessoas a lerem , como também comprarem um exemplar, para que ela tenha uma tiragem alta e continue a ser publicada . FAÇA A SUA PARTE!
A questão da aparente falta de espaço na revista para ambientar o leitor acho que é uma coisa a ser trabalhada, dentro de expectativas realistas, visto que aqui no país essas publicações não são necessariamente tão rentáveis quanto lá fora, os autores provavelmente não têm assistentes, e a revista não teria o número de páginas nem a periodicidade parecida com as revistas japonesas, o que fará com que tenhamos que descobrir nosso próprio jeito de publicar nossas histórias. Não é apenas pegar uma fórmula pronta, que é copiada do Japão e implementada aqui ( uma prova é a Jump americana, que foi cancelada mesmo publicando os títulos de maior sucesso da atualidade...).
Ufa! Acho que falei um bocado, desculpe.
...
Ei, tem alguém aí?? Huashuashaushausha.
Bem, encerrando: estou de FÉRIAS agora \o/ , então farei meu melhor pra postar a maior quantidade de páginas possível, e já me organizar de modo que consiga produzir ininterruptamente ao longo do ano. Peço desculpas pela demora, mas esse ano ocorreram algumas mudanças que alteraram completamente o tempo que tinha livre! Sorry! Não me abandonem!! TT_TT
Boa noite! Um abraço!!
Olá, Maurício! Aqui é o Cristiano (estou me apresentando porque você pode não saber quem sou, pois eu só consigo comentar aqui usando minha conta de Wordpress).
ResponderExcluirAcho interessante e bastante esclarecedor você fazer esse artigo sobre a “ação”.
Mas discordo de um ponto.
Não acho que deveríamos compra uma revista para que ela tenha uma tiragem alta, mas sim porque as histórias dela são tão boas que nos fazem querer comprá-la.
Dizendo de outra maneira, se as histórias publicadas na ação são mesmo boas, elas se venderão por si só, e ninguém precisará comprar a revista pra dar algum tipo de ajuda ao projeto.
Um produto, quando é mesmo bom, faz sua própria publicidade.
De resto, acho mais fácil essa publicação “pegar” se ela for puramente virtual (e-books).
Ahaha, Nts q é bom nada né,rsrs.Boa Análise, e to doido pra ler a revista.
ResponderExcluirkkk! Valeu, Crybbon!
ResponderExcluirCristiano, eu não necessariamente concordo com você. Eu concordo que se o conteúdo for bom ele vai vender, mas acho também que a concorrência com histórias publicadas lá fora é desleal.
Se tu vai na banca, e vê lado a lado Naruto e Ação Magazine, as duas ao mesmo preço, qual tu leva? A grande maioria provavelmente levaria o Naruto. Que fique claro: não estou criticando Naruto ou qualquer outro mangá, apenas estou dizendo que é uma grande desvantagem concorrer com uma história que já é conhecido mundialmente e tem uma série de outros produtos, como uma série animado, games etc. A ideia é só poder competir em igualdade, é dar a chance aos autores daqui de poderem fazer a mesma coisa que os japas/americanos fazem a décadas.
Honestamente, eu não sei bem sobre o formato e-book, se as pessoas de fato compraria e se financeiramente é viável. Eu, hoje, não sou consumidor deste tipo de produto.
Espero que o 'faça a sua parte' não tenha soado pejorativo, como um 'é ruim, mas comprem pq é produto brasileiro'. A intenção era dizer um 'é bom, conheçam. Vale a pena', só isso...
Crybbon, prometo boas novas em breve!!
ResponderExcluirMESMO!
uashauhauhh
Fazer publicidade é válido, e aparentemente, dá certo.
ResponderExcluirAs pessoas são levadas a comprar um produto com uma boa publicidade.
Ainda mais se o produto receber uma indicação (tipo, o Maurício de souza dizendo que leu a ação e gostou).
Mas nada disso segura o público, se o produto não for bom.
Existe uma longa lista de produtos que tiveram uma boa publicidade, mas que sumiram das prateleiras (ou bancas de revistas) por não terem um conteúdo que por si só segurasse os compradores.
Então, mesmo com uma boa publicidade, se o produto não for bom, não resistirá ao tempo.
Eu fico pensando se eu compraria a ação se eu estivesse numa cidadezinha do campo, onde a única banca dessa cidade tivesse só a ação como história em quadrinhos.
Isso é controverso. Muitos comprariam por falta de opção, outros muitos, por achar que é boa, e outros prefeririam guardar o dinheiro pra gastar em mangás do Japão, quando achassem uma banca mais completa.
Então acho que esse negócio de concorrência desleal é lenda. Se o produto for bom, ele vende, mesmo estando ao lado de um Death Note ou um Bleach.
Eu não tenho lugar em banca alguma, nem espaço em editora, jornal nem nada, mas faço minhas histórias acreditando nisso que prego tanto: se for bom, vende.
O E-book já está praticamente empatado, em número de vendas online pelo mundo todo.
Se a pretensão do pessoal da ação é vender em banca, o desafio é muito maior, por ser milhares de vezes mais caro pras editoras fazer uma revista do que um e-book.
Eu não sou contra a ação, mas sendo realista, numa era onde 99% dos leitores de mangá preferem baixá-los* do que comprá-los, é bem mais fácil ela dar certo em formato e-book.
* Os que compram em banca são os que possuem um renda que favorece o "compro porque gosto muito". Quando o cara só "gosta", baixa da net.
Tem uma coisa que também merece nota:
A forma como você se referiu aos japoneses é considerada ofensiva por eles.
Seria melhor evitar chamá-los assim. Afinal, nunca se sabe quando um japonês irá visitar seu site.
Pode ser agora, nesse exato momento.
Aews!
PS: Sobre os e-books estarem empatados, é com relação à venda de livros e revistas (impressas), via online.
ResponderExcluirEu não acho Japa pejorativo, senão não falaria isso XD (caso algum japonês ou descendente esteja lendo isso)
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