quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

AÇÃO MAGAZINE & Faça a sua parte

Boa noite aos leitores do NTS!


Seguinte: apesar do IMENSO ATRASO, não vou falar sobre as páginas do capítulo 2 da NTS. Essa noite, gostaria de falar sobre outro assunto.


Como autor, e como indivíduo que espera que a produção nacional aumente (ou, melhor, EXISTA!) , e que sejam produzidas obras de quadrinhos made in Brazil que não percam em qualidade para as internacionais, acho interessante falar sobre a AÇÃO MAGAZINE, até para divulgá-la. Quem sabe um dia ela não será o local onde muitos autores brasileiros começarão a publicar suas obras de sucesso? 




Como muitos devem saber, desde a metade do ano, existia a proposta de lançar a revista Ação Magazine, um almanaque com histórias em quadrinhos criadas por autores brasileiros, nos moldes da Shonen Jump japonesa, onde as séries que fazem sucesso continuam a ser publicadas na revista, e as que não cairem no gosto do público acabam canceladas, e dando  lugar a novas séries ( admito que não procurei muito, então não sei se as séries que fizerem sucesso terão uma revista/ tankobon próprias). 


MINHAS IMPRESSÕES AO LER A REVISTA:


A primeira impressão que tive da revista foi muito boa. A Capa é muito bonita, e o logotipo é bastante interessante. A parte visual da revista como um todo me agradaram bastante. As histórias são BASTANTE interessantes, e muito diferentes entre elas, o que pode agradar diversos tipos de público. Foram três as histórias apresentadas nesta primeira edição:



  • MADENKA!, de Will Walbr, conta a história de Madenka (jura?), um garoto com grande potencial de se tornar um herói, porém sem a maturidade necessária para isso. Neste primeiro capítulo, ele conhece ...  a filha de Batála, seu mentor. Ela é uma raposa que teve seus olhos roubados e vendidos para uma bruxa. Gostei bastante da história, acredito que tenha bastante potencial, mas que precise de bastante tempo para que a  história se desenrole o suficiente ( infelizmente não temos 20 páginas por semana para que seja desenvolvida a história, então, a não ser que os autores façam alguns arcos em paralelo para publicar na internet, vai demorar um pouco para que a história ande). Gostei bastante do traço cartunesco, e da ambientação, em uma cidadezinha de interior. A linguagem, apesar de ter aumentado a sensação de se estar em um cidadezinha do interior, tornou alguns trechos um pouco confusos.
  • JAIRO, de Michele Lys, Renato Csar e Altair Messias, conta a história de um jovem que vive com os tios desde a morte de seus pais. Depois de sofrer bullying na escola (e ter revidado), começou a praticar boxe como meio de controlar sua raiva. Acho que podemos esperar bastante ação, romance e dramas familiares nessa história, que acho que é minha favorita até o momento! O traço é muito legal, me lembra de alguma maneira o do Eiichiro Oda, de One Piece, pela estilização. GRANDES EXPECTATIVAS COM ESSA HISTÓRIA! 
  • TUNADO, de Maurílio DNA e Victor Strang, conta a história de Daniel, sobrinho de Sato Kawasaki, um grande corredor, que se tornou paraplégico depois de um acidente automobilístico (aparentemente provocado pelor Daniel), e que sonha em se tornar um corredor melhor ainda que seu tio. A história é bastante fluida, pelas cenas de corrida. O desenho dos veículos e das cenas de ação são muito bons, mas acredito que o desenho das pessoas e cenários ainda pode melhorar bastante.
As histórias que fizeram parte da edição de estréia: MADENKA! (à esquerda), Jairo (centro) e Tunado ( à direita).
Nas três histórias, o que pude notar é que o espaço dado não foi suficiente para contar de fato as histórias como talvez fosse o ideal, para tornar  o leitor um pouco mais familiarizado com os personagens e o universo. A impressão que ficou é a de que algumas coisas ficaram por ser ditas, mas não foi  de maneira intencional, isto é, para criar ganchos para os próximos capítulos, e sim por falta de espaço mesmo. Mesmo assim, os autores cumpriram seu papel de maneira bastante satisfatória para uma primeira edição. 

Um ponto bastante negativo, para mim, foram as reportagens da revista. O primeiro problema é a quantidade de páginas coloridas que elas tomaram, e que podiam ser usadas nas histórias (ok, os autores talvez sofreriam um pouco para colorir MAIS  páginas), mas  o maior problema foi o CONTEÚDO das reportagens em si.  No geral, elas foram superficiais, de assuntos pouco interessante, ou que simplesmente não me fizeram querer saber mais sobre os autores nacionais, hackers ou a E3. Acredito que outras publicações poderiam falar desses assuntos com mais prioridade, e de maneira mais interessante. Eles talvez poderiam aproveitar esse espaço para falar mais do processo de produção dos autores das histórias, ou criar um espaço onde eles se comunicassem com o público. Como apoio à produção nacional, poderiam também divulgar o trabalho de artistas que produzem quadrinhos no Brasil (de maneira amadora), trazer alguns tipos de dicas de desenho, narrativa, qualquer coisa assim. Achei boa a iniciativa de falar de autores de ficção brasileiro, porém a reportagem foi um pouco fraca, as demais não me despertaram muito interesse. O Editorial foi bastante interessante, sem dúvida!

OPINIÃO:

Apesar de algumas críticas, desejo longa vida à revista. Ela tem qualidade para competir com títulos internacionais, e com certeza merece um voto de confiança do público. É uma oportunidade para que os nossos artistas tenham espaço para publicarem suas histórias, o que é muito válido. Algumas falhas? Sim, ela tem, mas publicações bastante maduras também têm, e elas constantemente passam por reformulações.

Com certeza, eu não só recomendaria para outras pessoas a lerem , como também comprarem um exemplar, para que ela tenha uma tiragem alta e continue a ser publicada . FAÇA A SUA PARTE!

A questão da aparente falta de espaço na revista  para ambientar o leitor acho que é uma coisa a ser trabalhada, dentro de expectativas realistas, visto que aqui no país essas publicações não são necessariamente tão rentáveis quanto lá fora, os autores provavelmente não têm  assistentes, e a revista não teria o número de páginas nem a periodicidade parecida com as revistas japonesas, o que fará com que tenhamos que descobrir nosso próprio jeito de publicar  nossas histórias. Não é apenas pegar uma fórmula pronta, que é copiada do Japão e implementada aqui ( uma prova é a Jump americana, que foi cancelada mesmo publicando os títulos de maior sucesso da atualidade...).

Ufa! Acho que falei um bocado, desculpe.


...


Ei, tem alguém aí?? Huashuashaushausha.


Bem, encerrando: estou de FÉRIAS agora \o/ , então farei meu melhor pra postar a maior quantidade de páginas possível, e já me organizar de modo que consiga produzir ininterruptamente ao longo do ano. Peço desculpas pela demora, mas esse ano ocorreram algumas mudanças que alteraram completamente o tempo que tinha livre! Sorry! Não me abandonem!! TT_TT


Boa noite! Um abraço!!